Num frenesi de crescimento vertiginoso, as gigantes do comércio eletrônico de moda rápida, Shein e Temu, desafiam os limites dos céus e reconfiguram o panorama global do transporte aéreo.
Em um embate frenético, baseado em relatos de mais de uma dúzia de fontes do setor, essas empresas disputam acirradamente o espaço aéreo restrito, tudo em nome da entrega ágil e impecável aos consumidores ávidos por novidades.
Com uma operação que conjuntamente despacha até 600.000 remessas diárias para os Estados Unidos, segundo registros do Congresso norte-americano em junho de 2023, Shein e Temu estabelecem novos paradigmas logísticos.
Essas potências do e-commerce, juntamente com o Grupo Pinduoduo e a TikTok Shop, irrumpem no mercado estadunidense, trazendo consigo uma torrente de produtos vindos diretamente dos fabricantes chineses, todos destinados aos lares dos consumidores, e tudo isso, entregue com precisão aérea, em pacotes endereçados individualmente.
Entretanto, esse crescimento exponencial não vem sem custos. O aumento da demanda tem gerado maiores despesas de frete nos centros asiáticos de distribuição, como Guangzhou e Hong Kong.
Basile Ricard, diretor de operações da respeitada transportadora Bollore Logistics, não hesita em afirmar que o frete aéreo está sendo moldado pelas empresas de e-commerce chinesas, e não pelos tradicionais corredores marítimos.
Os números impressionam e revelam a magnitude desse confronto celestial. De acordo com a Cargo Facts Consulting, Temu envia cerca de 4.000 toneladas diariamente, enquanto Shein lidera com 5.000 toneladas, seguidas por Alibaba com 1.000 toneladas e TikTok com 800 toneladas.
Essa carga é comparável, quase poeticamente, a 108 majestosos cargueiros Boeing 777, que diariamente desafiam os céus em uma dança sincronizada de logística.
Porém, para além dos números grandiosos, há um impacto que reverbera globalmente.
O avanço implacável de Shein e Temu repercute na participação de mercado de outros setores do transporte aéreo, gerando desafios logísticos monumentais.
Mesmo gigantes tecnológicos como a Apple não estão imunes, enfrentando a possibilidade de perderem clientes devido à disputa pela escassa capacidade aérea.
A crescente demanda por moda rápida, impulsionada por Shein e Temu, também acarreta consequências indesejadas.
O aumento das taxas de frete aéreo na China e as preocupações com as limitações de capacidade a longo prazo são apenas o começo de uma narrativa que se desdobra.
Guillermo Ochovo, à frente da Cargo Facts Consulting, adverte que o modelo de comércio eletrônico aéreo atual é insustentável tanto em termos de rentabilidade quanto de impacto ambiental, lançando uma sombra sobre esse frenesi de entregas.
Contudo, em meio ao caos, vislumbra-se um futuro onde a logística aérea chinesa se reinventa.
Com previsões que apontam para um aumento significativo na frota de carga aérea até 2042, e com investimentos em aeronaves de fuselagem larga, Temu parece determinada a moldar o futuro dos céus da moda rápida.
Enquanto companhias aéreas e despachantes ajustam suas estratégias, Niall van de Wouw, diretor de frete aéreo da Xeneta, expressa um sentimento de desequilíbrio comercial.
Os navios partem de Hong Kong abarrotados, mas retornam com suas bodegas significativamente mais vazias, um testemunho visual dos desafios e das oportunidades que permeiam os céus da moda rápida.
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Fonte: Portal E-Commerce Brasil e Reuters
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