A revalidação é o processo de “recertificação” de uma credencial, título ou diploma.
O governo brasileiro por meio do revalida valida o diploma de enfermagem concedido por uma universidade estrangeira, ou seja, a revalidação de enfermeiros. Isso implica que o enfermeiro que foi aprovado no exame agora pode trabalhar no Brasil.
A revalidação tem duas fases: uma prova teórica e uma prova prática. O exame teórico tem 120 questões de múltipla escolha, abrangendo 10 domínios disciplinares diferentes.
No artigo de hoje, vamos tratar sobre os desafios do processo de revalidação de enfermeiros.
Vamos lá?
1. Diferenças entre as normas e requisitos de diferentes países ou regiões
Uma das dificuldades do processo de revalidação de enfermeiros é que pode ser difícil avaliar as competências destes profissionais devido às variações nas normas e necessidades de diferentes nações ou áreas.
A educação e a prática de enfermagem devem aderir a diferentes normas e regulamentos dependendo da localização.
Esses requisitos podem diferir em termos de currículo, carga horária, duração do curso, entre outras características.
Isto significa que um enfermeiro de um país pode não ser tão competente como um enfermeiro de outro país.
Devido a esta distinção, pode ser difícil avaliar a competência dos enfermeiros com formação estrangeira.
Para superar este problema, o procedimento de revalidação precisa aderir a um conjunto padrão de critérios que seja aceito mundialmente ou regionalmente. Isto garantiria que todos os enfermeiros, independentemente do local onde receberam a sua formação, fossem avaliados segundo os mesmos padrões.
Os enfermeiros que concluíram a sua formação no estrangeiro também devem familiarizar-se com as normas e regulamentos da região ou nação onde esperam encontrar emprego.
Dessa forma, os candidatos seriam mais capazes de demonstrar as suas competências e conhecimentos durante o processo de revalidação.
2. Influência da tecnologia na revalidação
Você está curioso para saber por que o impacto da tecnologia na revalidação tornou o processo de avaliação das habilidades dos enfermeiros com formação estrangeira menos envolvente?
É possível que as técnicas convencionais de avaliação sejam inadequadas para avaliar a proficiência tecnológica dos enfermeiros.
A proficiência dos enfermeiros com ferramentas de diagnóstico computacional e interpretação de dados de imagens médicas, por exemplo, pode não ser avaliada em testes escritos.
Além disso, a avaliação do conhecimento dos enfermeiros sobre os avanços enfermeiros contemporâneos pode estar fora do âmbito das metodologias convencionais.
A capacidade dos enfermeiros para articular as vantagens e desvantagens de novos tratamentos, por exemplo, pode não ser avaliada durante as entrevistas.
Para resolver estas questões são necessários procedimentos de revalidação atualizados que incorporem técnicas de avaliação mais adequadas à avaliação das competências dos enfermeiros formados no estrangeiro num ambiente tecnologicamente avançado.
3. Acordos entre países que facilitam o reconhecimento de qualificações profissionais
O crescente reconhecimento mútuo e os acordos internacionais entre as nações poderão ter um impacto positivo na revalidação de diplomas enfermeiros.
Alguns governos estão a unir-se para facilitar o trabalho dos seus profissionais enfermeiros noutras nações, revalidando os seus diplomas para que possam exercer a profissão onde for necessário.
O procedimento de revalidação poderá ser menos complicado para os enfermeiros se existirem determinados acordos.
4. Discriminação
O processo de revalidação de enfermeiros é complicado pelo preconceito, que pode avaliar injustamente os candidatos.
Mesmo que tenham as mesmas qualificações, candidatos “diferentes” podem ser avaliados de forma mais severa pelos revisores.
O preconceito pode assumir muitas formas para enfermeiros com formação estrangeira.
Os avaliadores podem acreditar que esses enfermeiros não possuem formação de qualidade, não estão familiarizados com o sistema de saúde brasileiro ou não conseguem se comunicar em português.
Mesmo que sejam falsas, estas suposições podem levar a uma avaliação mais rigorosa dos candidatos.
Leia também: Revalidação de médicos: os desafios do processo
5. Avaliação das qualificações
A difícil e subjetiva tarefa de reconhecimento de competências dificulta a revalidação do enfermeiro.
Pode ser difícil também avaliar razoavelmente se os candidatos têm capacidade para praticar a enfermagem com segurança e sucesso.
Existem vários motivos, já que a enfermagem requer habilidades diferentes em países diferentes, afinal, uma capacidade necessária num país pode não ser necessária em outro país.
Os sistemas educativos de diferentes países também podem abordar o ensino e a aprendizagem de forma diferente.
Comparar as qualificações de pessoas que treinam em diferentes países pode ser complicado.
Os avaliadores também podem discordar sobre as competências básicas e sobre como avaliá-las. Isso pode causar inconsistências na avaliação dos candidatos.
Para superar estes obstáculos, o processo de revalidação de enfermeiros deve basear-se em competências claramente definidas e os avaliadores devem ser ensinados a avaliá-las de forma justa e imparcial.
6. Capacidade de se ajustar a novas situações ou condições
A parte mais assustadora de quem volta do exterior depois de muito tempo são os primeiros dias, porque existe a questão da adaptabilidade.
Alguns são confrontados com a realidade, enquanto outros ficam entusiasmados e realizados.
O desconforto inicial do aluno quando retorna de outro país desaparecerá à medida que ele se adaptar ao novo ambiente.
Se demorar um pouco, o enfermeiro recém-chegado no Brasil, por exemplo, sempre pode perguntar a um orientador acadêmico, ao escritório de relações internacionais, a colegas de enfermagem, familiares, etc.
7. Dificuldade de voltar a falar o idioma nativo
O idioma original é usado com menos frequência quando está em outro país, assim, quando você retorna ao seu país de origem e isso pode fazer com que você perca palavras, expressões idiomáticas e até sintaxe.
E, brasileiros que falam outra língua com alta fluência em inglês, por exemplo, podem achar mais difícil retornar o uso da língua materna (o português) quando voltam para o Brasil após uma temporada em outro país.
Isto é o resultado do aumento do uso da língua estrangeira em todos os contextos em outro país.
8. Problemas de aprendizado que não foram identificados ou tratados
As dificuldades de aprendizagem não diagnosticadas constituem um problema no processo de revalidação para os enfermeiros porque é difícil avaliar a sua competência.
Os resultados da revalidação de um médico podem ser prejudicados se ele tiver uma dificuldade de aprendizagem que dificulte a compreensão de novas informações.
Existem vários tipos de dificuldades de aprendizagem, incluindo
- Dislexia
- TDAH
- Discalculia
Muitos problemas, incluindo a genética, o ambiente e a biologia, podem contribuir para estes problemas.
Neste sentido, é crucial que os enfermeiros que foram formados no estrangeiro sejam avaliados por um médico especialista, a fim de detectar quaisquer potenciais problemas de aprendizagem.
Se for constatado que o enfermeiro tem problemas de aprendizagem, ele deve receber a ajuda necessária, como: medicamentos, terapia ou ambos podem ser usados no processo de tratamento.
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